quarta-feira, abril 07, 2010

E-mail que recebi do Ex Diretor de Adm e Finanças da REFER

Prezado Tepedino;


Certamente, o recebimento deste E-Mail lhe trará enorme surpresa.

Após um ano de meu pedido de renuncia e com as contas de janeiro a março de 2009 aprovadas pelo CODEL, no momento sob sua Presidência, gostaria de vir à sua presença para apresentar algumas considerações que julgo oportunas, tendo em vista a maneira como se procedeu minha saída da Diretoria da REFER.

Inicio ao relembrar reunião que tivemos na presença do conselheiro Kennedy, em dezembro de 2008, na sala da Diretoria Administrativa e Financeira

Naquela ocasião, após a troca de idéias calcada na afirmativa sobre meu desejo de deixar a Diretoria da Fundação, ficou estabelecida à maneira como a mesma se daria, preservando-se direitos trabalhistas que fazia jus como empregado da Fundação. Ressalte-se que os problemas de saúde que enfrentara, inclusive com a colocação do marca passo, em outubro de 2008, não foram os únicos motivos.

Naquela oportunidade, alertei, apenas, para o fato de que os três conselheiros eleitos deveriam ser notificados, a fim de que houvesse unanimidade na dispensa. Acredito que, ainda, deve se lembrar da afirmativa do Kennedy: “quanto a isto, não haveria problema”.

Ainda sugeri que você não se esquecesse de dar uma palavrinha com o Ministro Hélio Regato que, até aquela data, não o conhecia pessoalmente, o que, certamente, facilitaria a sua confirmação como diretor.

O atual diretor presidente teve conhecimento da nossa reunião e de como se processaria minha saída, concordando plenamente com o que havíamos conversado.

Infelizmente, nada deu certo. Os três conselheiros se mostraram contrários a minha saída. Assim, o que tínhamos conversado fora por água abaixo.

Iniciou-se, então, desgastante processo para minha desestabilização. Não poderia imaginar que isto fosse ocorrer, considerando-se os quatro anos de atuação como Diretor da mais importante área da REFER. Neste período, acredito, fiz amigos, tanto nos Conselhos como na Diretoria.

No entanto, visivelmente passei a ser pressionado, de vez que não era mais “persona grata”. A partir daí preferi sair e deixar o caminho livre.

Resisti o quanto foi possível, mas a saúde e o desejo de sair foram mais fortes.

Lamento, profundamente, ao tomar agora conhecimento, que esta atitude lhe tenha prejudicado colocando-o em situação delicada junto aos seus pares, na Secretaria de Transportes.

Não semeei e não tive a intenção de semear qualquer desunião no seio do CODEL, como foi e continua sendo apregoado pelos corredores da REFER.

Na verdade, por todas estas infâmias, mesmo estando, hoje, distante da Fundação registro, sem nenhum constrangimento: Renunciei, exclusivamente, devido às divergências pessoais contra mim assacadas, sem qualquer motivo aparente, pelo atual diretor-presidente da REFER.

“Se seu melhor cavalo quebrar a perna abandone-o. Se seu melhor amigo o traiu, esqueça.” (Maquiavel)

Ao contrário do que procuram difundir não me recusei, em qualquer momento, a prestar esclarecimentos de meus atos à frente da Diretoria. Mereci ter as contas da minha gestão (2004 a 2008) aprovadas sem ressalvas. Ainda mais: No último dia 25, em Resolução por você assinada, obtive, também, a aprovação dos primeiros três meses de 2009, sob minha gestão.

Lembro que todas as aplicações financeiras realizadas ao longo dos quatro anos e oito meses a frente da área financeira da REFER, foram aprovadas tanto pelo Conselho Fiscal como pelo Conselho Deliberativo, não tendo em nenhuma ocasião infringido os ditames da Política de Investimentos da Fundação. A Secretaria de Previdência Complementar, em momento algum. questionou os procedimentos por mim adotados no gerenciamento do patrimônio financeiro da REFER.

Sempre compareci às reuniões do CODEL para prestar todos os esclarecimentos solicitados, tomando a liberdade de antecipar as ações que considerava necessárias, ao cumprimento das funções de Diretor Administrativo e Financeiro.

É importante esclarecer, ainda, que a maneira como o diretor-presidente procedeu – reconheço, no entanto, que dentro da prerrogativa que lhe é conferida pela norma então vigente – ao convocar por memorando (fato nunca ocorrido na Fundação) reunião do CDI para que o Diretor Financeiro prestasse esclarecimentos a respeito de COMENTARIO do Conselho Fiscal sobre aplicação realizada seis meses antes e resgatada com ganho e absolutamente sem risco. Esta convocação foi indelicada e desnecessária de vez que o Diretor já havia se colocado à disposição do CODEL para prestar explicações.

Certamente, o Kennedy não se furtará a confirmar o recebimento do e-mail que lhe enderecei dias antes da reunião do CODEL. Tenho absoluta certeza que este fato motivou a expedição de referido memorando. Nada mais fora que uma demonstração de FALSO poder de seu signatário.

Lamento que o diretor-presidente ao proceder de maneira inusitada, possivelmente, com a intenção de colocar o diretor financeiro em cheque perante toda casa, desprezou as relações de amizade de seu antigo chefe e companheiro que, inclusive, fora o responsável direto por sua admissão como empregado da RFFSA, sem o que hoje não seria diretor-presidente da REFER. Ironias do destino.

Por sinal, esta admissão gerou diversos questionamentos, de vez que veio a se concretizar após a promulgação da Constituição Federal de 1988 pela qual é vedada admissões sem concurso publico. A justificativa sempre apresentada baseou-se em que a pessoa trabalhava em empresa contratada da RFFSA para assessoramento nas obras de construção da ferrovia do aço.

Estes procedimentos motivaram à gota d’água.

“NUNCA SE DEVE DEIXAR PROSSEGUIR UMA CRISE PARA ESCAPAR A UMA GUERRA, MESMO PORQUE DELA NÃO SE FOGE, MAS APENAS SE ADIA PARA DESVANTAGEM PRÓPRIA” (Maquiavel)

Precisava, em consideração a você, lhe dirigir estas palavras, agradecendo sua paciência ao aqui chegar com a leitura, ao mesmo tempo em que peço, mais uma vez, desculpas pelo mal involuntário que lhe teria proporcionado. Finalmente, lhe desejo uma presidência tranqüila e eficaz à frente do CODEL.

Ao seu dispor;

Paulo da Silva Leite

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